Por vezes sou tão incorrecto...

Acho que estou na profissão errada. Se me metesse a vender barretes tinha o futuro garantido. Tenho um dom especial de os fazer sem tirar medidas e mesmo assim, encaixam na perfeição!

Não creio que a comparação de festivais seja uma coisa justa de se fazer, uma vez que estes evoluem de formas muito diferentes. O Ciclone nunca poderia ser comparado ao El Açor, nem o Olé tunas a nenhum destes, nem o FITU a nenhum dos anteriores, etc... A forma mais justa de se comparar um festival é confrontando-o com as suas edições anteriores, e aí sim, creio ser uma comparação justa.

A génese de cada festival é diferente, o espírito vivido é diferente, a história que cada um deles transporta é diferente, e como tal, a comparação não faz sentido nenhum. É como querermos comparar uma série de carros, todos eles de cilindrada 1500, mas um a gasolina, outro a gasóleo, outro a etanol, outro a biodiesel, e outro a hidrogénio... Não há comparação possível!

Pelo que sei, são apenas 7 as tunas a concurso no El Açor, e não 11 (need references), e das 4 extra-concurso que lá vão, uma delas é os Tunídeos (anfitriões - e que vão actuar no início e no fim do festival). Das restantes tunas que lá vão estar, constam: a Enf In Tuna, de enfermagem, a Tuna Com Elas, e por fim os Tunídeosaurus Tex, que são antigos membros dos Tunídeos.

Ao que se consta a TAUA não vai. Não sei se foi ou não convidada, nem tenho nada com isso, mas caso tenha sido uma decisão da tuna organizadora em não convida-los, ninguém tem nada a ver com isso, o festival é deles! São decisões que podem ser comentadas, caso se conheçam as razões em causa, mas que nada devem interferir com as decisões tomadas. Esta coisa de atirar pedras para a casa dos outros, tendo uma casa com tecto de vidro é um bocado ruim!

No Ciclone a decisão que se achou mais acertada foi a tomada. É uma solução que não inclui toda a gente, e é pena que assim o seja, mas foi a que reuniu o maior apoio.

No teatro o tempo não é muito, e o tempo que seria dedicado a cada tuna extra-concurso teria se ser pouco, e ainda por cima se houvessem abusos, como também já aconteceu noutros anos, o espectáculo terminaria muito tarde, e não é isso que se pretende. Não se quer que as tunas tenham de esperar até à 1 da manha para que comecem a tocar, nem queremos que as pessoas que estão a assistir se fartem e não voltem no segundo dia.

Quando se elaboram convites para o Ciclone, a experiência que se tem vindo a acumular ao longo dos últimos anos, obriga a que muitos convites sejam feitos, porque o fenómeno da insularidade é bem real (e penso que aqui o consenso é geral), o que faz com que muitas tunas acabem com o sonho de vir aos Açores no momento em que vão à agencia de viagens. Nesta edição, a sorte ditou-nos que 6 tunas tivessem aceite os convites de cá virem, o que obrigará a uma ligeira mudança no formato do festival.

Nunca fez, nem nunca fará parte da atitude de um anfitrião de um festival o negar a vinda de quem se disponibiliza a cá vir, era só o que faltava.

Realmente é pena que as tunas de cá não possam pisar todas elas o palco, mas existem razões para tal, que embora não queiram ser compreendidas - e possam ser manipuladas para que sejam entendidas como “azias” - têm de ser assumidas por parte de quem organiza.

Na impossibilidade de todas as tunas de cá irem acima de palco, o facto de a Sons do Mar ser nossa tuna madrinha, e ser oriunda da mesma casa do que nós, é mais do que justificação para a sua presença.

Também estou certo que um qualquer convite para o Ciclone que não tivesse os mesmos contornos dos demais participantes, além de não ser aceite, poderia ser entendido como um acto discriminatório. A dignidade da actuação de qualquer tuna é algo que deve ser mantido, e quando fazemos os convites é nessa base. Assim evita-se que alguma tuna se possa sentir menosprezada por ter limitações diferentes das restantes.

Não é minha intenção, nem nunca o foi, humilhar quem quer que seja. Penso que o valor das pessoas não é apenas aquele que elas apresentam, que pensam que têm, ou que a todo custo tentam exibir, mas também o reconhecimento que as outras pessoas têm para com ela, e nesse capítulo, não há nada como a nossa consciência!

Terminando de modo saudosista...

Lamento não ter podido assistir às bastante afamadas actuações da nossa tuna madrinha nos anos 90, mas enfim, não sou desse tempo...sou um pouco mais novo, mas ainda bem que há quem tenha vivido o espírito académico da época e que esteja disposto a relatar o que se passou!

Cordiais cumprimentos

PS: Trata-se de mais uma opinião pessoal! Estou sempre aberto ao diálogo!